terça-feira, 25 de setembro de 2007

KHALIL GIBRAIN... rs

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descança, vê o horizonte deitar no chão..
Pra acalmar o coração, lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá..


AUSENTE

Rapidamente, Cléo olhou o relógio e, sem notar, havia perdido o celular, enquanto corria para o ponto de ônibus. Naquela noite, o céu parecia agitado. As trovoadas assustaram a menina de pele morena, cuja face sentia os primeiros pingos da chuva. A torrencial começara. Chegando à parada de ônibus, sentou-se aliviada e um tanto irritada por não haver nenhuma parte de sua roupa capaz de secá-la, antes de tomar o ônibus. Não tendo saída, senão esperar, Cléo iniciou um processo de recordação do belíssimo dia que tivera.
Percebeu que pela manhã não cumprimentara os colegas como deveria. Que, ao sair às pressas pelo corredor, esbarrou em uma mesa que ostentava uma máquina de escrever antiquíssima, cuja coordenadora, exibia orgulhosa como prêmio, desde a época em que ingressara no mundo dos negócios. Notou também que, perto das 15h, nem sequer parou para fazer o seu lanche e conversar com as amigas para se descontrair, se relacionar, ganhar intimidade, fazer amizades. Ao pensar no pouco relacionamento que estabelecera com as colegas, assentiu com a cabeça e culpou-se por tal comportamento. Cléo arrependeu-se por não ter compartilhado seus afazeres , suas idéias e opiniões com aquelas mulheres que encontravam-se todos os dias ao lado de sua sala para tomar café e contar suas histórias domésticas, umas às outras, incluindo troca de receitas e piadas, que por mais que tentassem se fazerem engraçadas, não conseguiam, mas por alguma razão ilógica o riso sempre acabava solto.
De repente, um baque. A água que escoava pelo bueiro acabara de encharcá-la, dando o sinal de que o ônibus havia passado, freneticamente, pelo lugar.
Atônita pelo susto, começou a rir, descontroladamente, e percebeu que a vida era muito mais do que a sua ausência contida em um mundo real, a qual pertencia, mas que não se fazia notar. Levantando-se com um sorriso largo no rosto, percorreu a longa avenida observando os lugares por onde passava, até enfim, chegar a casa.
*
CLEMENTINE
KRUSCINSKI

quinta-feira, 6 de setembro de 2007




Um estranho no ninho ... (To be continued)

SOLITÁRIO

Não me julgues.
Não tentes entender-me.
Sou como o vento
Não tenho destino.
Apenas passo...
Aproveita a brisa !

Não me prendas,
Não me possuas.
Sou como água,
Se preso, evaporo.
Mate apenas tua sede !

Não tentes guardar-me.
Não me aprisiones.
Sou como as flores,
Colhido, feneço.
Guarda-me o perfume !

Não me descrevas.
Não me modifiques.
Sou como um sonho,
Uma Ilusão.

Não me acompanhes,
Não tentes seguir-me!
Sou como um cometa,
solitário.
Apenas admira-me...

Neste momento, então,
Serei Poeta.
Teu Poeta.

Almir Bastos

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Meninas de peso incomodam muitos homens ?!


"Esqueça. A opinião dos homens nunca vai mudar". É com esse slogan intrigante que a Agência publicitária Chemestri, lançou a campanha do Iogurte flit ligth Itambé. As modelos gordinhas que ilustram a campanha publicitária, reproduzem cenas famosas estreladas por Mena Suvari em “ Beleza Americana" e Marilyn Monroe no clássico “O pecado mora ao lado”.

Como tenho visto vários comentários no meio eletrônico, a respeito da campanha “discriminatória”, como a maioria se refere, resolvi questionar o mundo da beleza e da preferência dos homens quanto ao tipo físico da mulher. Claro, é visível o machismo que é repugnante no slogan, mas seguindo a linha de pensamento de quem a criou, não estaria ele querendo expor seu real ponto de vista? O que todo mundo pensa, mas não diz? Claro, toda regra tem sua exceção, mas pensemos.. Você homem, não pensa assim? Ou só sente necessidade de manifestar-se contra essa campanha porque não acha “legal” admitir que concorda?

Pergunte a você mesmo - Quem eu escolheria - Gisele Bündchen ou Preta Gil?

Como alguém pode sentir-se à vontade com o corpo que tem se as pessoas não respeitam as diferenças? Já que os publicitários sentiram-se tão inteligentes expondo este slogan, eles deveriam ter lembrado que um dos maiores problemas da saúde no Brasil é, justamente, a obesidade. Dos 180 milhões de brasileiros, 18 milhões estão acima do peso, sendo a maioria mulheres.

Se o objetivo de um projeto publicitário é criar para vender, ou seja, lucrar, ele foi de encontro a esta idéia. Por quê? Por que não é ofendendo o público alvo que você conseguirá vender seu produto. Pensando bem, qual foi a estratégia desta campanha?

Em resposta ao público, a empresa de laticínios Itambé, alega que não teve nenhuma participação na campanha e que não autorizou nenhuma propaganda a respeito da marca. Ou seja, o caso não foi totalmente esclarecido. Mas, com certeza a pessoa ou grupo que elaborou a campanha publicitária concorda em gênero, número e grau com o que está sendo veiculado.

Podemos concluir que este tipo de profissional alimenta ainda mais o preconceito contra as gordinhas, fazendo assim, com que se sintam feias e indesejáveis. Desta forma, imaginamos que só publicaram esta idéia, mediante ao que está estampado na mídia e do que já se convencionou como belo. Ser magra e/ou loira, hoje em dia é sinônimo de beleza. Deixo claro que não chego à conclusão nenhuma. Há vários questionamentos e, não encontrei uma única opinião a respeito. Afinal, Agência Chemestri, culpada ou inocente? Diga-me você, caro leitor.

Por isso, finalizo com a campanha publicitária “Dove pela auto-estima”, que nos ajuda, por alguns minutos, a acreditar que somos todas lindas, cada uma com a sua singularidade.


Campanha publicitária - Dove pela auto-estima -

terça-feira, 28 de agosto de 2007



Era uma vez...

Em uma sala de espera encontravam-se todos os seres humanos. Todos estavam em busca da felicidade. Tentando entender o por que da enorme procura dos seus serviços, a felicidade, que era a anfitriã do local, resolveu mudar sua estratégia de atendimento e brincar um pouco com as pessoas que ali estavam. Enquanto escolhia um alvo para se divertir, passou pela longa sala e, repentinamente, apontou para mim. Eu, que me mantinha cabisbaixa, completamente fora do alcance de qualquer pessoa, fui a escolhida.

Ao passar por mim, ela abraçou-me profundamente e, neste instante, senti o poder de sua transformação. Desde então, comecei a provar o doce veneno da ilusão. Ela me abriu portas de felicidades, apresentou-me a pessoas maravilhosas com qualidades, até então, nunca vistas. Fez-me sentir única em todas as situações e a mais importante em todas as ocasiões. Eu, vislumbrada por sua vivacidade, não percebi as pequenas mentiras camufladas por belas declarações e, aos poucos, começou a se afastar. Em uma noite cálida de verão, sob um luar sumtuoso, digno dos amantes, ela surgiu fascinante com seu habitual riso, e quando lhe perguntei o por que a senti distante, envolveu-me em seus braços e um ar frio mesclado a um sentimento de desolação percorreu pelo meu corpo.

Veja! – falou-me a felicidade - Não gostou de provar de todo o doce mel que é estar comigo?
Sim! Respondi. Não havia percebido como era senti-la em sua fonte genuinamente pura e sincera. Ela sorriu e, suavemente contestou - Não sou a sua felicidade! Pertenço à outra pessoa, mas passei esse tempo com você para que pudesse sentir como é estar ao meu lado. Logo a fonte que beberás serás pura e cristalina como a que desejas.

Momentaneamante, meu corpo foi tocado por uma onda de calafrios deixando-me atônita por segundos, restando a dor que dilacerava meu peito. Por fim, minha garganta degustou o amargo da traição. Nessa hora meu mundo caiu, enquanto eu a via correr para os braços da pessoa a quem ela realmente pertencia.Tão longe se foi, e eu acabei sucumbindo ao vazio da solidão. Quando soube de suas artimanhas, entendi que a sua estratégia se cumprira. A inefável felicidade, proporciona prazer a quem está morrendo à mingua. Compreendi que o seu passatempo foi apenas para mostrar que todos tem direito à felicidade, inclusive os que acham que jamais a terão em toda sua plenitude.

E aos que pensam dessa maneira, ela age com profusão fazendo todos sentirem como é essencial ao ser humano lutar pela felicidade e amar intensamente. Não devemos nunca questionar os encontros e desencontros. Questionei a felicidade por muito tempo em meio a lágrimas, mas logo tudo fez sentido. Veio para me salvar da solidão eterna e do abismo em que me encontrava. Quando passei a entendê-la, meu mundo se abriu e as pessoas que estavam na sala começaram a encontrar a sua felicidade. Ainda não chegou minha hora, mas sei que este dia está próximo. Talvez amanhã, daqui a algum tempo. Sei que serei contemplada e, desta vez, ela não estará enganada. Tudo ao seu tempo!

“Não sabemos discernir onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão”, Paulo Cadore.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007



Música: Duerme Negrito


A arte de Mercedes Sosa

Mercedes Sosa (Tucumán, 9 de julho de 1935) é uma cantora argentina de grande apelo popular na América Latina. Alcunhada La Negra pelos longos e lisos cabelos negros.

Descoberta aos quinze anos de idade, cantando numa competição de uma rádio local da cidade natal, quando foi-lhe oferecido um contrato de dois meses. Admirada pelo timbre de contralto, gravou o primeiro disco Canciones con Fundamento, com um perfil de folk argentino. Consagrou-se internacionalmente nos EUA e Europa em 1967, e em 1970, com Ariel Ramirez e Felix Luna, gravando Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas. Gravou um tributo também à chilena Violeta Parra.

Sosa interpreta um vasto repertório, gravando canções de vários estilos. Atua freqüentemente com muitos músicos argentinos como León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, e outros latino-americanos como Milton Nascimento, Fagner e Silvio Rodríguez.

É também uma conhecida ativista política de esquerda, foi peronista na juventude. Em tempos mais recentes manifestou-se como forte opositora da figura de Carlos Menem e apoiou a eleição do atual presidente Néstor Kirchner. A preocupação sócio-política refletiu-se no repertório interpretado, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Cancion, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. No Brasil, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros artistas, são expressões da Nueva Canción, marcada por uma ideologia de rechaço ao alegado imperialismo norte-americano, ao consumismo e à desigualdade social.

Fonte: Wikipédia


..."Tudo vale a pena se a alma não é pequena..."

*Fernando Pessoa*